quinta-feira, fevereiro 09, 2006

remoinho

o gás a libertar-se no copo num líquido amarelo. e ele a deixar-se levar pelas bolhas cada vez maiores. há uma voz ao fundo que já deixou de reclamar atenção. há figuras de pessoas em volta, mas tão longe daquele minuto de laranja. e depois há o espaço, os ruídos e os cheiros- os sentidos misturam-se e adormecem-se uns aos outros. há um moinho. há o auto-retrato de van gogh no muro de um castelo que se completa dia após dia. há alguém que lhe pede explicações. há o nó no estomâgo que o mata lentamente. há o momento da coragem. há a chuva que revela os pensamentos. há o não-tempo.
e depois o gás a libertar-se no copo num líquido preto. e depois?

1 comentário:

Anónimo disse...

o depois do imaginário...o depois feito de desespero de não saber o que acontece...
o sentido de tudo é não fazerem sentido?
Bjo