palavras
escritas
em que me despia
para te falar
baixinho de amor,
talvez.
palavras
que se consumiram
no momento em que parti
só para lugar nenhum.
palavras amargas
apertadas
pela solidão
a que se condenam
lentamente.
palavras
que nos dizem
sem quererem
adeus.
onda poética: adeus ("já gastámos as palavras...") - eugénio de andrade
domingo, fevereiro 12, 2006
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
remoinho
o gás a libertar-se no copo num líquido amarelo. e ele a deixar-se levar pelas bolhas cada vez maiores. há uma voz ao fundo que já deixou de reclamar atenção. há figuras de pessoas em volta, mas tão longe daquele minuto de laranja. e depois há o espaço, os ruídos e os cheiros- os sentidos misturam-se e adormecem-se uns aos outros. há um moinho. há o auto-retrato de van gogh no muro de um castelo que se completa dia após dia. há alguém que lhe pede explicações. há o nó no estomâgo que o mata lentamente. há o momento da coragem. há a chuva que revela os pensamentos. há o não-tempo.
e depois o gás a libertar-se no copo num líquido preto. e depois?
e depois o gás a libertar-se no copo num líquido preto. e depois?
sábado, fevereiro 04, 2006
ontem
escrevo-te agora que já estou longe. já não me podes surpreender numa despedida. não tinha nada para te dizer, nada que me fizesse sentido. nesse momento, eu nem existiria perto de ti.
nunca cheguei a saber que parte de mim tu compreendias. talvez a minha presença, talvez. (e agora como será, depois de mim?). nunca soube como interpretar estas coisas, estes sinais.
quando hoje penso em ti, penso no que te irá acontecer e sonho em ir visitar-te quando voltares a casa. mas por outro lado, não quero sentir mais essa dor que me causas, por ainda não saberes. nunca te vi chorar, nunca!, provavelmente, chorarias por dentro, ou já não terias nada mais para chorar. tentei dar-te o que de melhor havia em mim, o que muitas vezes era pouco, e muitas outras não consegui. mesmo assim, presenteaste-me com o teu sorriso. lembro-me de regressar a casa feliz nesse dia e no outro e no outro...
talvez isto pudesse ser um pedido de desculpas ou talvez um obrigado*
nunca cheguei a saber que parte de mim tu compreendias. talvez a minha presença, talvez. (e agora como será, depois de mim?). nunca soube como interpretar estas coisas, estes sinais.
quando hoje penso em ti, penso no que te irá acontecer e sonho em ir visitar-te quando voltares a casa. mas por outro lado, não quero sentir mais essa dor que me causas, por ainda não saberes. nunca te vi chorar, nunca!, provavelmente, chorarias por dentro, ou já não terias nada mais para chorar. tentei dar-te o que de melhor havia em mim, o que muitas vezes era pouco, e muitas outras não consegui. mesmo assim, presenteaste-me com o teu sorriso. lembro-me de regressar a casa feliz nesse dia e no outro e no outro...
talvez isto pudesse ser um pedido de desculpas ou talvez um obrigado*
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