sábado, outubro 31, 2009

dia obtuso

fiquei à espera que regressasses desse dia em que escolheste a metamorfose.
pensei que hoje te encontraria para partirmos.
à porta os teus cadernos de palavras esquizofrénicas escritas no auge dos teus delírios (nesses teus momentos únicos de criação e destruição).
dentro da casa o vazio frio de quando tudo se esvai sem que haja tempo. o nada.
no quarto do fundo estavas tu, num mutismo doloroso, de olhar mortificado, vazia como nunca te concebi.

deixei-te assim no teu silêncio e parti só.

1 comentário:

Filipe de Fiuza disse...

os gigantes nascem de buracos obtusos, o tempo é o dia obtuso de deus. partir é remar obtusamente para um encontro...