domingo, março 19, 2006

as poesias de cada um são infinitas

gosto desta fidelidade das palavras, desta exactidão na organização das frases.
gosto destes significados que se multiplicam sempre que volto a ler (estas e outras prosas).
gosto de pensar que são todas minhas, as palavras, nunca me pertencendo por inteiro.
gosto de sentir que são de toda-a-gente, que se completam em cada alma, e que lembram um sonho a alguém que eu não conheço e que não me conhece, que dão uma esperança ainda que ínfima a quem já nada espera, que criam sorrisos ou que fazem perder uma lágrima a alguém. as palavras são as mesmas, as frases também, contudo as poesias de cada um são infinitas.
gosto de saber que só há uma maneira de ler – a nossa. e é tão própria, tão única e tão diversa quanto nós. e é isso que dá sentido a esta partilha de expressões egoístas – quem as lê na sua vida, dessa maneira tão particular que eu não posso sequer inventar ou imaginar.

gosto de acreditar que é assim que acontece, para que o catavento continue a girar.

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