sábado, março 11, 2006

um passeio pela cidade

não há direcções a seguir. as construções povoam os espaços e impedem a passagem totalmente aleatória. mas não se pode negar como gostamos de nos esconder por detrás desses muros. de nos fingirmos cegos, para depois nos quedarmos deslumbrados no que está para lá das altas paredes e das estranhas esquinas.

há fadas que esvoaçam. há duendes, gnomos...casas de chocolate, de doces. é possível viajar até às nuvens e ver o sol nascer de perto. as bruxas existem – conseguimos ouvir o seu riso estridente ao longe. conhecemos o medo e também a coragem.

jardins, monumentos, abelhas, restaurantes, sapatos, bares, ruas sombrias, flores, iluminação nocturna, bancos, pessoas – gentedenegócios, artistasderua, mendigosdojardim, trabalhadorescomuns, gentevelha, criançasderua, apenaspessoas, relógios, ambientes, pedras, roupas, estilos, sons... todas as coisas, todos os lugares, todos os tempos se concentram - preto no branco, branco no preto. a preto e branco, a não cor. ninguém consegue ver o momento paralelo à distância de um sorriso, de uma recordação feliz, de uma esperança no futuro melhor.

encanto. predomina a cor. enche o ecrã, onde se movem os personagens. e também nós ali estamos e sem esperarmos, acontecemos. a simplicidade. os pormenores. só podemos querer ir por ali.

por detrás daquela esquina é paris, talvez a terra do nunca.


onda sonora: le fabuleux destin d’amelie poulain - yann tiersen

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