domingo, setembro 25, 2005

o cheiro na memória

ainda recordo aquele cheiro, daquela flor, penso que era uma rosa que havia no terraço da minha avó, uma entre tantas. apanhei-a por que a achei tão bonita. roubei-a à sua família de rosas multicor sem ninguém dar por isso, piquei-me pois não reparei nos grandes espinhos do seu caule, a rosa era tão bonita que me pareceu inocente... cheirava tão bem...talvez por ter sido levada à escondidas, há asneiras que souberam bem. guardei a rosa, no minha casa improvisada, uma caixa de cartão deitada de lado, que servia de abrigo aos meus segredos de criança. deixa-a descansar no meu pequeno lar. quando regressei a rosa estava diferente, voltei a cheirá-la mas o cheiro agora era bem diferente. durante algum tempo me perguntei porque seria. a rosa era agora negra e tinha perdido o brilho de quando a colhi. quando percebi o que tinha feito, pedi desculpa à rosa e prometi a todas as flores do terraço que não lhes faria mal, mais por egoísmo que por outra coisa. quis guardar para sempre aquele cheiro naquele espaço. e aí ficou até que todas as flores desapareceram e apenas restou aquele cheiro encantador na minha memória.

3 comentários:

Anónimo disse...

aquela rosa...

=)

Anónimo disse...

As nossas memórias mais preciosas perduram de momentos que não se degradam. Mesmo que a chave deles se tenha degradado. A culpa é nossa? A culpa é deles? Ás vezes temos de roubar as rosas, ás vezes temos que as ver murchar. Às vezes não. Rezo para que siabas sempre a diferença e também o perfume de uma rosa autêntica e viva.
As memórias...essas ficam sempre*

Anónimo disse...

As pessoas são "rosas". Escolhemos algumas, no meio de tantas. e porque?pq "cheiram" melhor?pq são mais coloridas?!Talvez, não exista realmente uma explicação.Nem para uma determinada pessoa.Nem para uma determinada rosa!Guardaste-a...e o seu cheiro e brilho perderam-se!Não fazmos isso com alguem?!Não podemos "guardar" as rosas.temos de lutar por elas todos os dias...temos de as regar.Assim..o cheiro não se perde, assim,não o temos apenas na memória, mas sim no presente/futuro. E talvez...levados às escondidas, e sob uma maior adrenalina as rosas têm...um "gosto" diferente.Gostei =).bj